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Stent traqueal no colapso de traqueia: quando indicar?
10/06/2024 | Segunda-feira
Stent traqueal no colapso de traqueia: quando indicar?

Olá, Vet! Vamos a nossa newsletter da semana: hoje vamos falar sobre colocação de stent em pacientes que apresentam colapso de traqueia. E aí, será que essa é uma boa opção?

O colapso de traqueia é uma das enfermidades respiratórias mais importantes na rotina clínica de cães, ocasionando quadro de tosse crônica e dispneia, com prejuízo significativo da qualidade de vida e, em quadro graves, podendo oferecer risco de morte ao paciente.

O tratamento medicamentoso da doença consiste principalmente no uso de corticoides e antitussígenos. Por sua vez, o tratamento cirúrgico é realizado principalmente com a colocação de stents traqueais.  Uma dúvida comum em relação a abordagem cirúrgica desta enfermidade diz respeito a indicação do procedimento e quais as possíveis complicações. Vejam o que diz este artigo publicado recentemente no Journal of Veterinary Internal Medicine, pois ele pode auxiliar a esclarecer algumas dúvidas.

Boa leitura, vet!


Stent traqueal no colapso de traqueia: quando indicar?

Os stents vem e tornando uma modalidade de tratamento cada vez mais utilizada para abordagem de paciente com colapso de traqueia. Contudo, as complicações decorrentes do procedimento podem influenciar negativamente os desfechos dos tratamentos.

Neste contexto, o objetivo do trabalho foi realizar uma metanálise e uma revisão sistemática a respeito da prevalência das complicações que ocorrem em função deste procedimento. Para tanto, foi revisada a literatura médica no período entre 2000 e 2020 e mensurada a prevalência das 8 principais complicações conhecidas para o procedimento: fratura de stent, migração de stent, recidiva do colapso, formação de granuloma, infecção traqueobronquial e agravo da tosse.

As prevalências encontradas foram: tosse (até 99%), infecções traqueobronquiais (24%), granuloma (20%), fratura de stent (12%), recidiva do colapso (10%) e migração de stent (5%).Desta forma, concluiu-se que a colocação de stent foi associado com alto risco de desenvolvimento (ou agravo) de tosse e moderado risco de infecções e granulomas. Como estas complicações têm um impacto importante na qualidade de vida dos pacientes, os tutores devem ser alertados que a colocação de stent é uma estratégia de segunda linha de tratamento, e que não necessariamente diminuirá a necessidade de uso de medicações e acompanhamento veterinário.

Desta forma vet, fique atento na escolha do paciente para indicar este tipo de procedimento. Procure reservar esta estratégia para cães com dispneia grave com risco de vida e/ou refratários às tentativas de tratamento medicamentoso.

Professor Paulo Ferian.

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